Taxa das blusinhas: como a medida beneficia o varejo nacional?
Taxa das blusinhas: como a medida beneficia o varejo nacional?
A taxa das blusinhas gerou muita polêmica no primeiro semestre de 2024, lembra?
De acordo com a Receita Federal, a medida ajudou a beneficiar o varejo nacional; veja os números!
O que é a “taxa das blusinhas”?
A “taxa das blusinhas” foi como ficou conhecido o imposto sobre importações abaixo dos 50 dólares.
Anteriormente, as compras abaixo dos 50 dólares em sites internacionais não cobravam impostos de importação.
No entanto, após decisão do governo em agosto de 2024, começou-se a cobrar 20% das compras até US$ 50, o equivalente a próximo de R$ 300 nas cotações atuais.
De acordo com a legislação, o valor cobrado deve ser informado já no carrinho, antes de fazer o pagamento.
Além disso, o imposto é só sobre importações. Portanto, mesmo que você compre em um site internacional, se for uma compra de fornecedor nacional, não há a cobrança do imposto.
Medida provoca crescimento do mercado nacional
Um dos principais objetivos da medida sempre foi frear as importações e valorizar o mercado nacional.
E de acordo com a Receita Federal, funcionou. Em agosto e setembro de 2024, as importações caíram cerca de 35%, com 2,4 bilhões de reais gerados, bem abaio dos 3,7 bilhões dos meses de junho e julho.
Quando se trata de volume, também ouve uma queda de 37% nos pedidos totais, registrando 25 milhões contra os 39 milhões dos anos anteriores.
Outros dados recentes
O JPMorgan, especializado em negócios, informou que a redução da diferença de preço final dos artigos importados para os nacionais foi relevante para a queda.
E isso foi muito motivado pelo novo imposto e pelas novas adequações para as vendas internacionais no Brasil.
Ainda segundo a entidade, a medida foi muito positiva para marcas como Lojas Renner, Guararapes, Magazine Luiza e Mercado Livre.
Segundo o BTG Pactual, outra empresa na área de finanças e crédito, indica impactos em marcas como Temu, Alibaba e Shein.
Inclusive, ao longo dos últimos meses, a Shein tem investido em sua plataforma de marketplace para o Brasil, reduzindo a sua operação internacional.
Qual plataforma é mais barata?
As publicações das financeiras também trouxeram análises mais profundas sobre a flutuação nos preços para o consumidor final.
De acordo com a análise, a Shein indica 9% de preço mais baixo em relação à Renner e 16% menor que a Riachuelo, por exemplo.
No entando, segundo a análise do BTG Pactual, a diferença do preço reduziu consideravelmente em comparação com os últimos 12 meses.
Nesse sentido, o objetivo da nova medida taxativa parece que vem sendo cumprido, valorizando o mercado nacional e reduzindo o impacto das importações na economia.
A tendência para os próximos anos é que as plataformas invistam mais ainda no mercado brasileiro, aumentando a sua logística com os lojistas nacionais para evitar a cobrança da taxação.
Para o público geral, a subida dos preços foi sentida, mas pelo menos os compradores sabem já o preço total com as taxações antes de fazer o pagamento.
Gabriel é formado em Comunicação Social pela Unicamp e mestrando em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa. Atuando como redator por mais de 8 anos, já escreveu sobre diferentes temas como educação, finanças, leis e saúde. Além disso, trabalha como produtor de conteúdo nas redes sociais e pratica esportes nas horas vagas.