Entenda como reforma do Imposto de Renda vai mexer com as atividades dos principais bancos

Entenda como reforma do Imposto de Renda vai mexer com as atividades dos principais bancos.

Entenda como reforma do Imposto de Renda vai mexer com as atividades dos principais bancos
Foto: Agência Brasil

O governo Lula pode dar início a um projeto que já vem sendo dito desde a campaha presidencial: a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.

E a medida deve impactar o mercado bancário como um todo; veja como!

Governo planeja mudanças no Imposto de Renda

O governo Lula pretende expandir a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil reais por mês.

Esse seria um grande aumento sobre os pouco mais de 2,8 mil atuais, representando praticamente o dobro do limite.

Por outro lado, ainda de acordo com as notícias, quem ganha mais que R$ 50 mil deve ter o aumento do Imposto de Renda. 

No entanto, ainda não se trata de uma definição, mas apenas de uma propostado Ministério da Fazenda, ainda com a necessidade de aprovação do Congresso. 

Qual o impacto no mercado?

De acordo com os especialistas, a medida pode trazer diferentes impatos. Nesse sentido, bancos como Nubank, Banco Pan e Bradesco podem até se beneficiar com a renda dos clientes.

No entanto, há preocupações sobre a pressão infracionária que a nova medida pode trazer.

Esse novo limite deve abranger os trabalhadores que recebem cerca de três salários mínimos mensais, cerca de mais de 30% da renda do crédito varejista.

Nesse sentido, de acordo com as projeções do BBA, deve representar um aumento de R$ 45 bilhões na renda líquida, o que pode apresentar aumento do uso do cartão de crédito.

E a medida pode ser positiva, com alta tendência também de aumento da poupança e, justamente, gastos com cartão de crédito. 

Redução dos impostos podem aumentar os gastos?

De acordo com as projeções, as diminuições dos impostos pode significar o aumento do limite para empréstimos consignados.

No entanto, os especialistas trazem que impostos mais altos podem ser piores para os bancos tradicionais e para as plataformas de investimento. 

O governo também revelou que pessoas com uma renda mensal total (incluindo salário, aluguel, dividendos, entre outros) superior a R$ 50 mil, mas que atualmente pagam menos de 10% de imposto de renda sobre o total, agora terão que pagar até 10%.

Os trabalhadores formais continuam pagando até 27,5% de imposto de renda, e isso não sofrerá alterações.

A medida afeta principalmente profissionais que recebem dividendos isentos de impostos de suas empresas, por exemplo. Os detalhes ainda estão sendo discutidos.

Os dados do Banco Central sobre esse grupo de pessoas com renda superior a R$ 50 mil mensais são difíceis de interpretar, pois o maior segmento de distribuição de crédito termina em mais de 20 salários mínimos (acima de R$ 28 mil por mês).

No entanto, como referência, esse patamar de renda corresponde a cerca de 22% do crédito no varejo, com a maior concentração em empréstimos pessoais.

Portanto, esse grupo é onde a menor renda líquida pós-impostos pode impactar depósitos, volumes de gastos e dinâmicas de crédito – nesta ordem.

De acordo com o BBA, os grandes bancos tradicionais e as plataformas de investimento estão mais expostos a esses segmentos.

Gabriel Gonçalves
Escrito por

Gabriel Gonçalves

Gabriel é formado em Comunicação Social pela Unicamp e mestrando em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa. Atuando como redator por mais de 8 anos, já escreveu sobre diferentes temas como educação, finanças, leis e saúde. Além disso, trabalha como produtor de conteúdo nas redes sociais e pratica esportes nas horas vagas.