Churrasco mais barato? Entenda como reforma tributária vai agir nos preços da carne
Churrasco mais barato? Entenda como reforma tributária vai agir nos preços da carne.
O preço da carne tem sido um grande problema no Brasil, mas uma nova regulamentação pode mudar o cenário.
De acordo com o texto aprovado no Congresso, as carnes podem receber alíquota zero de impostos.
Veja as regras!
Congresso aprova imposto zero para as carnes
O Congresso Nacional votou e aprovou a primeira parte da regra que concede a alíquota zero para as carnes na cesta básica nacional.
E nesse sentido, são inclusas carnes de boi, frango, porco, bode e cabra, com a isenção de impostos para esse tipo de produto.
Tudo isso porque a carne foi incluída justamente na cesta básica nacional, recebendo os descontos do imposto.
Quando a lei começa a valer?
Em primeiro lugar, a regulamentação ainda precisa ser sancionada pelo presidente Lula, que ainda tem o poder de veto.
No entanto, o presidente já se mostrou a favor da inclusão da carne na cesta básica brasileira.
Além disso, a Reforma Tributária só será implementada totalmente no ano de 2033, com o início da transição gradual apenas em 2026.
Como é o imposto atualmente?
Na verdade, as carnes já são isentas de impostos federais, e recebem a insição de impostos estaduais como o ICMS.
Ao longo dos próximos anos, o governo vai unificar uma série de impostos, sobretudo para a criação do IVA.
O preço da carne vai reduzir?
Não, a tendência é justamente o contrário, com a projeção de que o preço da carne continue em alta.
Em termos dos impostos, a implementação completa só acontecerá em 2033, portanto, não terá efeito no curto prazo.
Além disso, ainda que no momento da implementação, a tendência é de que o imposto zero não influencie muito no preço.
Isso porque o preço da carne é construído por outros tipos de cobranças e variações do mercado.
O que faz o preço da carne ficar mais caro?
O imposto é o que menos pesa no preço da carne, já que outros fatores elevam o preço do produto.
O primeiro deles é justamente o mercado internacional, e com a subida do dólar, os produtores preferem vender para o mercado externo.
Com isso, há a redução da produção nacional, elevando os preços por conta da subida da demanda.
A seca, como a que aconteceu no Brasil em 2024, também aumenta o preço da carne, sobretudo pelas dificuldades de formar pastos para a criação dos animais.
O problema do ciclo dos abates
Quando se fala sobre carne vermelha, ainda há um outro problema, que é o ciclo de abates.
Quando há a proposta do aumento do preço do bezerro, os pecuaristas conservam as vacas para a reprodução, aumentando o preço do boi.
Atualmente, vivemos uma alta no ciclo, com a expectativa de conservar as vacas para a reprodução.
A questão é que os bois demoram alguns anos para crescer, e na baixa do ciclo, não há tantos animais à disposição para o corte.
E a subida dos preços deve seguir como tendência nos próximos anos.
Gabriel é formado em Comunicação Social pela Unicamp e mestrando em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa. Atuando como redator por mais de 8 anos, já escreveu sobre diferentes temas como educação, finanças, leis e saúde. Além disso, trabalha como produtor de conteúdo nas redes sociais e pratica esportes nas horas vagas.