Dívidas acumuladas? Veja se compensa usar o FGTS para pagar

Se você já se perguntou se compensa usar o FGTS para pagar, este artigo tem a resposta completa para te ajudar.

Então, não saia daí e entenda tudo por trás dessa decisão, que pode sim te ajudar, mas requer atenção.

Uma pessoa abrindo o aplicativo do celular pensando se compensa usar o FGTS para pagar
Imagem: Reprodução

Pode usar FGTS para pagar dívidas?

O FGTS é uma poupança compulsória que o trabalhador tem acesso apenas em situações específicas, conforme estabelecido pela legislação.

A utilização do saldo para quitar dívidas não está entre as finalidades permitidas.

Ou seja, na maioria dos casos, o trabalhador não pode sacar o FGTS para pagar contas de cartão de crédito, financiamento ou qualquer outra dívida pessoal diretamente.

No entanto, há situações nas quais o saldo pode ser utilizado indiretamente para reduzir os compromissos financeiros, como na aquisição da casa própria ou no pagamento de parcelas de financiamentos imobiliários.

Qual a desvantagem em sacar o FGTS?

Apesar da tentação de sacar o FGTS para aliviar o orçamento, essa escolha traz algumas desvantagens. O saldo do FGTS rende a uma taxa fixa de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR).

Embora seja um rendimento baixo comparado a outros investimentos, o FGTS ainda oferece uma segurança financeira, especialmente em casos de emergência, como a demissão.

Ao sacar esses recursos, o trabalhador perde uma parte dessa reserva, o que pode impactar no futuro, caso ocorra uma situação de desemprego ou outra necessidade urgente.

Outro ponto importante é a ausência de correção monetária compatível com a inflação, o que faz com que o poder de compra do saldo seja reduzido ao longo dos anos.

Em alguns casos, retirar o FGTS para pagar uma dívida de juros altos pode fazer sentido, mas a decisão precisa ser bem analisada.

Em qual situação posso usar meu FGTS?

Existem várias condições específicas em que o trabalhador pode acessar o FGTS.

Além das situações mais comuns, como demissão sem justa causa, aposentadoria e doenças graves, o saldo também pode ser usado em:

  • Programas habitacionais ─ compra de imóvel próprio;
  • Quitação ou amortização de parcelas de financiamento habitacional;
  • Pagamento das últimas parcelas de financiamento.

No caso de saque-aniversário, o trabalhador pode resgatar uma parte do FGTS anualmente, mas deve considerar que essa escolha limita o acesso ao saldo completo em situações de demissão.

Estou devendo o banco. Eles podem pegar meu FGTS?

Não. A lei brasileira protege o FGTS de penhoras, execuções e qualquer outro tipo de bloqueio judicial para pagamento de dívidas comuns, como as bancárias.

Dessa forma, mesmo que o trabalhador esteja inadimplente ou endividado com o banco, o banco não pode acessar esse valor acumulado.

Ele é uma proteção trabalhista e, salvo algumas exceções legais, como pensão alimentícia, é inacessível para credores.

Como usar meu FGTS para pagar dívidas?

Embora o FGTS não possa ser usado diretamente para quitar dívidas comuns, existem alternativas.

Uma delas é o saque-aniversário, modalidade que permite resgatar anualmente parte do saldo do FGTS, com a possibilidade de usar esse valor para renegociar dívidas.

Outra opção é a contratação de um empréstimo com garantia do saque-aniversário, em que o saldo do FGTS serve como garantia, reduzindo os juros aplicados pelo banco.

Essa modalidade permite que o trabalhador tenha acesso a um crédito mais barato e com prazos estendidos, sem perder o saldo principal do FGTS, já que ele continua rendendo até o momento do saque.

Esperamos ter esclarecido que a decisão de usar o FGTS para pagar dívidas é complexa e envolve várias considerações.

Antes de tudo, não deixe de procurar orientação financeira e analisar o custo-benefício de manter o saldo no FGTS.

Essa análise pode ajudar o trabalhador a fazer a escolha mais adequada para sua situação financeira e necessidades.

Moysés Batista
Escrito por

Moysés Batista

Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Atuando como Redator Web nos últimos quatro anos, entregou mais de 10 mil artigos em SEO. Hoje, escreve diariamente para o Brasileiro Trabalhador. Além de artigos otimizados, escreveu livros como Ghost Writer, trabalhos acadêmicos, cursos, roteiros para canais do YouTube, entre outros tipos de textos, colaborando com dezenas de clientes dentro e fora do Brasil.