Queda nas compras internacionais? O que aconteceu após a Taxa das blusinhas?

Queda nas compras internacionais? O que aconteceu após a Taxa das blusinhas?

Queda nas compras internacionais? O que aconteceu após a Taxa das blusinhas?
Foto: Agência Brasil

Desde o começo do segundo semestre de 2024, os consumidores precisam pagar impostos sobre as compras realizadas fora do Brasil.

A chamada “taxa das blusinhas” desagradou muita gente e causou mudanças no mundo das compras online.

Entenda a “taxa das blusinhas”

Ainda no começo de agosto de 2024, o Brasil começou com um novo imposto para as compras internacionais, a chamada taxa das blusinhas.

Basicamente, o imposto trata-se de 20% de alíquota nas compras internacionais de até US$ 50 e o equivalente em reais.

A taxa é informada para o cliente antes da compra em sites como Shein e Shopee. 

Já para as compras acima do equivalente a 50 dólares e inferiores a 3 mil dólares, o imposto é de 60%.

Redução das compras em sites internacionais

De acordo com dados publicados pela Receita Federal no começo de 2025, houve uma queda de 11% no volume de remessas internacionais em relação ao ano de 2023.

Vale ressaltar que o imposto só começou a valer no segundo semestre. Ao longo de todo o ano de 2024, foram 187 milhões de remessas internacionais.

Apenas no primeiro mês de vigência do imposto, houve uma queda superior a 40% na importação dos produtos de até 50 dólares. 

Já nos próximos meses, foi registrada uma certa padronização, mas ainda com reduções significativas e 30% da média anterior à lei.

Ainda segundo a Receita Federal, de agosto a novembro de 2024, foi registrada uma queda de 31% nas compras até 50 dólares. 

Valorização do mercado nacional?

Na época da aprovação da lei, um dos grandes motivos ditos pelo governo foi o aumento das vendas do mercado nacional.

De acordo com dados do G1, o mercado de lojas como Riachuelo, Renner e C&A registraram aumento de até quase 20% nas vendas, com o crescimento de 6% no mercado de vestuário no Brasil no terceiro semestre de 2024.

No entanto, é preciso observar que já havia um certo crescimento do varejo nacional antes da medida.

Isso porque, ao longo dos últimos anos, a Receita Federal e o governo vêm investindo em melhores programas de crédito para alavancar o mercado nacional 

Crescimento das plataformas digitais

Empresas como a Shein já registraram o aumento da presença de lojas brasileiras na plataforma.

Isso porque as compras realizadas no marketplace da Shein de compradores nacionais não têm a incisão do imposto. 

Nesse sentido, de acordo com os dados da empresa, cerca de 55% das vendas da Shein no Brasil são de lojistas nacionais. 

Por sua vez, de acordo com a Shopee, outra empresa grande no país, mais de 90% das vendas no país são de empresas brasileiras. 

As informações foram passadas à BBC e também registradas em matéria do G1.

Aumento da arrecadação de impostos

Como se imaginava no começo, a mudanças alavancou a arrecadação de impostos, atingindo R$ 2,8 bilhões em 2024 no setor.

Ao todo, houve uma alta de 40,7% em relação ao no de 2023, muito em função também da nova taxa. 

Assim, apesar de polêmica, a medida vem trazendo resultados em termos de arrecadação e aumento das vendas das empresas nacionais.

Gabriel Gonçalves
Escrito por

Gabriel Gonçalves

Gabriel é formado em Comunicação Social pela Unicamp e mestrando em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa. Atuando como redator por mais de 8 anos, já escreveu sobre diferentes temas como educação, finanças, leis e saúde. Além disso, trabalha como produtor de conteúdo nas redes sociais e pratica esportes nas horas vagas.