Trabalho remoto é fonte de desigualdade segundo especialista

O trabalho remoto pode estar ampliando a desigualdade nas cidades modernas?

O urbanista franco-colombiano Carlos Moreno, autor do conceito da cidade de quinze minutos, destacou que o trabalho remoto é fonte de desigualdade.

Essa afirmação veio à tona durante uma discussão sobre urbanismo sustentável e seus impactos na estrutura metropolitana atual.

Muito adotado durante a pandemia, essa modalidade permitiu a muitos a transição para o home office, graças, aliás a tecnologias avançadas e a internet. Contudo, essa mudança não é universalmente acessível.

Conforme o urbanista, há a necessidade da criação de ambientes de trabalho adequados para atuar em casa mas nem todos moradores têm essa possibilidade em suas residências.

Duas pessoas pensando que o trabalho remoto é fonte de desigualdade
Imagem: Geração/Brasileiro Trabalhador

Enquanto algumas pessoas desfrutam de espaços amplos, outras enfrentam dificuldades em pequenos quartos. Isso evidencia um contraste social direto.


Qual a culpa do trabalho remoto na desigualdade urbana

Antes de tudo, por conta de uma necessidade de adaptação, o home office desafiou a estrutura das cidades modernas.

Em cidades que se apoiam em um urbanismo mais inclusivo, a descentralização do trabalho pode causar um esvaziamento das áreas centrais. Espaços públicos mais vazios podem comprometer a segurança.

O conceito de cidade de quinze minutos, no entanto, propõe a proximidade dos serviços essenciais, superando o distanciamento causado pelo home office.

Além disso, a presença reduzida de pessoas nos centros urbanos afeta negativamente o comércio local e o transporte público. Daí a urgência em encontrar soluções integradas para o urbanismo atual.


Urbanismo sustentável é uma alternativa eficaz?

As cidades que integram moradia, trabalho, lazer e serviços de forma acessível têm mais chances de enfrentar desafios como o do trabalho remoto.

Paris e Melbourne são exemplos de locais que adotaram medidas notáveis. A capital francesa reduziu, aliás, o uso de carros em favor de áreas verdes e ciclovias, estimulando a circulação a pé e de bicicleta.

Estas medidas buscam não apenas criar um ambiente mais saudável, mas também fomentar a interação social em espaços urbanos.


Quais são os desafios para cidades na América Latina?

Assumindo que o trabalho remoto é fonte de desigualdade, a solução de Moreno poderia se aplicar aqui?

Na América Latina, desafios históricos, como desigualdades e a centralização dos serviços, superam as dificuldades na implementação eficaz do conceito de cidades de quinze minutos.

A segurança nos espaços públicos, já problemática, pode piorar com ruas mais vazias.

Com a polícia de proximidade pode ser possível garantir espaços seguros, incentivando o uso das áreas comuns sem receio.

Por outro lado, é necessário pensar em alternativas que se integrem ao trabalho remoto e mantenham a vitalidade urbana.

A realidade é que o conceito de cidade de quinze minutos e o trabalho remoto expõem desigualdades urbanas.

Contudo, iniciativas inovadoras e políticas públicas bem delineadas podem transformar essa ameaça em uma chance de progresso. O futuro das cidades reside na sintonia entre inovação e equidade.

 

Moysés Batista
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Moysés Batista

Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Atuando como Redator Web nos últimos quatro anos, entregou mais de 10 mil artigos em SEO. Hoje, escreve diariamente para o Brasileiro Trabalhador. Além de artigos otimizados, escreveu livros como Ghost Writer, trabalhos acadêmicos, cursos, roteiros para canais do YouTube, entre outros tipos de textos, colaborando com dezenas de clientes dentro e fora do Brasil.