Colocar CPF na nota da farmácia pode te fazer gastar mais CARO no remédio; Entenda esquema ilegal revelado

Você sabia que colocar CPF na nota da farmácia pode te fazer gastar mais CARO no remédio; Entenda esquema ilegal revelado.

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Foto: Edição BT

Informar o CPF para receber desconto na compra de remédios já virou cultural do brasileiro, mas você sabia que já foram deflagradas irregularidades nessa prática; entenda mais!

Você coloca CPF na farmácia?

Toda vez que o cidadão vai à uma farmácia no Brasil, é requisitado a informar o CPF no ato da compra.

Em boa parte dos casos, o CPF confere um desconto bem alto nos produtos, sobretudo para remédios mais comprados pelo cidadão.

Será que o desconto é verdadeiro?

O assunto tem chamado a atenção de canais de comunicação no país, como o Uol, que ao longo dos anos vêm fazendo matérias sobre as práticas das farmácias brasileiras.

De acordo com uma reportagem de 2024, foi verificado que, em muitos casos, de fato a oferta do CPF dá grandes descontos no preço final do remédio.

Porém, segundo a premiada matéria do Uol, os preços de base (antes de colocar o CPF) são muito mais altos do que a faixa normal.

Nesse sentido, foram verificadas grandes discrepâncias entre o que o cidadão paga com o que empresas como hospitais pagam no mesmo remédio, por exemplo.

Assim, o preço após inserir o CPF é o mais próximo do “preço real”, mas ainda com grandes aumentos.

Indústria farmacêutica usam dados para monitorar hábitos de consumo

Em primeiro lugar, todas essas práticas aqui citadas não são predominantemente ilegais. 

Uma matéria do Uol, produzido ainda em 2023, realizando uma investigação em São Paulo nas farmácias para entender mais sobre o uso do CPF nas compras.

A reportagem traz os nomes de algumas farmácias, mas como não há processos, não citaremos as marcas.

De acordo com a investigação, certas farmácias estariam envolvidas em um “esquema” de coletar o CRM dos médicos toda vez que receber uma receita.

Como funciona o esquema?

O esquema nas farmácias começa então com a recolha do CRM do médico em cada receita.

Por sua vez, os dados são enviados para empresas especializadas em dados e informações para fazer um armazenamento e uma gestão completa dos registros.

O sistema muito eficiente consegue mapear milhares de parâmetros, como nome e tipo das especializações, valores, periodicidade e tipo de remédios.

Com esse tipo de informações, a indústria consegue ter um mapeamento completo dos hábitos de consumo dos médicos e dos pacientes.

Por fim, as companhias fazem um catálogo dos médicos e investem em publicidade direta com os profissionais para estimular o receituário de determinados medicamentos.

Em resumo, o ”esquema” coleta dados para um banco completo sobre os médicos, visando direcionar ofertas de publicidade direta para os profissionais.

Todo esse serviço é legalizado?

Essa questão é uma área cinzenta, e toda a repercursão é bastante polêmica.

A Lei Geral de Proteção de Dados resguarda a privacidade dos cidadãos brasileiros, mas as empresas se defendem de que o processo não fere os direitos.

Por outro lado, em nenhum momento os clientes permitem toda essa coleta de dados sobre as suas compras.

Desde 2018, já são registradas investigações sobre farmácias ao longo do país, mas não há grandes novidades sobre o assunto.

Gabriel Gonçalves
Escrito por

Gabriel Gonçalves

Gabriel é formado em Comunicação Social pela Unicamp e mestrando em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa. Atuando como redator por mais de 8 anos, já escreveu sobre diferentes temas como educação, finanças, leis e saúde. Além disso, trabalha como produtor de conteúdo nas redes sociais e pratica esportes nas horas vagas.