Nem-nem: por que NINGUÉM quer trabalhar com essa geração?

Nem estudam, nem trabalham, a geração nem-nem ganhou destaques nos últimos meses após uma série de reportagens.

Hoje, estima-se que os nem-nem seja equivalente a 1/4 de toda população de sua geração, que tem entre 15 e 27 anos.

Importante mencionar que este é um movimento, em certa medida, global, mas o Brasil já se destaca com números preocupantes de jovens nesta condição.

Nos próximos minutos você vai entender totalmente o que está acontecendo com os jovens no Brasil, então, não saia daí!


O que significa a expressão nem-nem?

Acima nós já demos um spoiler, mas a expressão “nem-nem” se refere a jovens que não estão trabalhando ou estudando.

Jovem sentado triste encostado na parede por seu um nem-nem
Imagem: Reprodução/Freepik – Edição/Brasileiro Trabalhador

Devido a consistência em pesquisas e levantamentos, o termo tem ganhado relevância nas discussões sobre juventude e políticas públicas.

O assunto ganha um destaque especial, principalmente em um cenário de crise econômica e alta taxa de desemprego.

Quem são os nem-nem?

Os “nem-nem” são, em sua maioria, jovens de 15 a 29 anos (esta idade pode variar conforme as fontes), que enfrentam dificuldades para encontrar emprego ou acesso à educação.

No momento atual, o grupo é heterogêneo, composto por pessoas com diferentes níveis de escolaridade e de origens socioeconômicas variadas.

Contudo, é inegável que esta é uma situação que prevalece entre jovens de famílias com baixa renda.

Isso pode incluir, sobretudo, pessoas de periferia e mulheres, que muitas vezes assumem responsabilidades domésticas e cuidados familiares.

Algumas pesquisas recentes apontam que de 7,1 milhões de jovens desempregados, cerca de 2,5 milhões são mulheres.

Claro que há uma carga ainda maior sobre mulheres negras ou pardas periféricas.

Onde surgiu o termo nem-nem?

O termo “nem-nem” é uma adaptação da expressão inglesaNEET” (Not in Education, Employment, or Training), que surgiu no Reino Unido já na década de 1990.

Primeiramente, foi um conceito usado para descrever jovens que estavam fora dos sistemas de educação, emprego ou não treinavam alguma habilidade ou conhecimento.

Desde então, a expressão se popularizou globalmente. Aqui no Brasil, assumiu a forma como “nem-nem”.

O termo hoje é comum em relatórios de políticas públicas, pesquisas acadêmicas e na mídia para descrever um fenômeno semelhante.

Por outro lado, há quem esteja optando pelo uso de “sem-sem”. A finalidade seria retirar o peso que fica todo em cima do jovem, ao invés do contexto social em ele está inserido.

Quais são os problemas em relação aos nem-nem?

A crescente presença da geração nem-nem levanta preocupações significativas. Isso tange um nível individual como também coletivo.

No plano individual, esses jovens enfrentam maior risco de:

  • Exclusão social;
  • Perda de autoestima;
  • Menos oportunidades de mobilidade socioeconômica.

No contexto mais amplo, a alta porcentagem de jovens nessa situação representa um desafio para o desenvolvimento econômico e social do país.

Com base nos dados do IBGE, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) fez uma estimativa.

Se a parcela dos nem-nem estivesse atuando no mercado de trabalho, em 2022 veríamos uma alta no PIB de R$ 46,3 bilhões.

Além disso, a perpetuação desse ciclo pode agravar as desigualdades sociais e dificultar a redução da pobreza, um dos pontos mais importantes para o governo brasileiro.

Para enfrentar esses desafios, é essencial que sejam implementadas políticas públicas no âmbito da educação e formalização profissional especialmente aos jovens mais vulneráveis

Moysés Batista
Escrito por

Moysés Batista

Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Atuando como Redator Web nos últimos quatro anos, entregou mais de 10 mil artigos em SEO. Hoje, escreve diariamente para o Brasileiro Trabalhador. Além de artigos otimizados, escreveu livros como Ghost Writer, trabalhos acadêmicos, cursos, roteiros para canais do YouTube, entre outros tipos de textos, colaborando com dezenas de clientes dentro e fora do Brasil.