Taxa das Blusinhas: O preço que você paga na Shein vai AUMENTAR; entenda

Jaizon Carlos

7 de junho de 2024

Na última quarta-feira, dia 5, o senado aprovou um novo imposto que está sendo chamado de “taxa das blusinhas“. Esta é uma das medidas mais impopulares do governo desde o começo do mandato, em 2023, e a população não parece nada feliz.

Mulheres comprando roupas
Imagem: Freepik / Senado aprova taxa das blusinhas e suas compras na Shein devem ficar mais caras

A votação era para um projeto sobre um tema completamente diferente, o Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação). Nele, o governo propõe um gasto de cerca de R$19,3 bilhões em incentivos para reduzir drasticamente as taxas de emissão de carbono até 2030.

Mas, aparentemente, os senadores acharam que esse era um bom momento para fazer passar, quase que despercebido, uma nova alíquota sobre importações que afetará boa parte da população e que já havia sido retirada.

Com a nova regra, agora será aplicada uma alíquota de 20% em produtos importados com valor de até US $50, antes isentos. O valor ainda soma com os já existentes 17% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) e deve resultar um aumento expressivo no valor final.

Como funciona a importação de produtos até US $50 hoje?

Com as regras atuais, existe uma faixa de isenção de impostos para produtos internacionais que custe até US $50.

Ou seja, comprando qualquer coisa nesta faixa de preço em plataformas como AliExpress e Shein, o brasileiro paga apenas o valor do produto e um adicional de 17% sobre ele.

Por exemplo, se você for comprar uma blusa de US $30, a Shein irá adicionar automaticamente à sua compra US $5,10, ficando um total de US $35,10. Convertendo para real, isso quer dizer que uma compra de R$157,77 passa a custar R$184,59.

Como fica com a taxa das blusinhas?

Com a nova taxa das blusinhas, o cálculo será um pouco diferente. Agora, além dos 17% de ICMS, a gente precisa fazer a conta também de mais 20% de imposto de importação.

Mas não para por aí. Em um verdadeiro efeito cascata, o ICMS não cai sobre o valor bruto da compra e sim sobre o valor da compra já acrescido do imposto, deixando tudo ainda mais caro.

Usando a conta acima como exemplo, ao invés de 17% sobre US $30, o novo cálculo começa aplicando 20% sobre os 30 dólares, que dá US $6. Agora soma esse US $6 com os US $30 para ter o novo valor do produto, US $36. 

Sobre esse valor a gente aplica os 17% de ICMS normalmente, chegando no resultado de US $6,12, que somando com os US $36 é igual a US $42,12. Convertendo para real, agora a compra de R$157,77 passa de R$184,59 para R$221,50.

Vale notar que existem outros valores aos quais a gente precisa prestar atenção, como eventuais cobranças de frete ou seguro. Logo, as contas acima não são os valores exatos que o consumidor vai encontrar na hora de comprar.

Quem será afetado?

Basicamente, qualquer pessoa que importe produtos de até 50 dólares vai ser afetada pelas novas regras, sejam eles peças de roupa ou eletrônicos, ou como diria nosso presidente, “bugigangas”.

Em especial, quem gostava de comprar roupas na Shein, plataforma que se popularizou bastante por aqui, perceberá que todas as suas compras vão ficar um pouco mais caras. Por isso o nome popular de “taxa das blusinhas”.

O projeto foi aprovado pelo senado, mas sofreu alterações e agora terá que voltar para a Câmara dos Deputados. De lá, caso aprovado, cairá nas mãos do presidente Lula (PT), onde então será aprovado ou vetado de vez.

Jaizon Carlos
Escrito por

Jaizon Carlos